segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Não ter pressa, mas não perder tempo. Será?


                Desculpa se eu cheguei atrasada, ou me adiantei nos passos e no passar das horas. Sempre me confundo nessas de adiantar e atrasar relógios. Acho uma maldade me acordarem mais cedo ou me roubarem uma hora de sono. Não sei se é a hora certa, ou perdi o timing da coisa toda, mas tente entender, não é que eu tenha pressa ou faça pressão, eu só não sei se posso esperar tanto. Fico com essa sensação de que posso estar insistindo nessa sozinha, forçando barras, nos levando a perder tempo.
                Tempo. Esse senhor das horas, das dúvidas e também amigo da maturidade. Sim, andam juntos, esses fanfarrões! Já tentei buscar a maturidade, mas era cedo demais. Já achei que o tempo enfim tivesse chegado e, quando abri a porta, me deparei com a maturidade de mãos dadas com ele, o bendito tempo.
                Há quem dê a ele o substantivo de “certo”. Tempo-certo. Não sei se combinam ou se a maturidade soube lidar com esse triângulo. Tempo-certo-maturidade. Não soa lá muito bem, não é!? Besteira! É só essa nossa mania de coisas exatas. Porque o tempo precisa sim de certa maturidade.
                Não sei se já ganhei o meu esperado tempo, se cheguei no ponto certo, ou obtive a maturidade suficiente, mas óh, tô tentando(juro!). Controlando essa mania que a gente tem de querer respostas sem fazer as perguntas certas. Adiando esse calendário interno que a gente cria pra definir datas para as grandes resoluções da vida. Como se houvesse um tempo certo. Como se as coisas precisassem de tempo. Como se só houvesse uma chance. Um ponto. De vista ou de partida. Como se fosse preciso decidir. Não é! Mas por favor, decida mesmo assim.
                Quando quiser, quando puder, achar que deve - mas decida. Não por achar que é certo. Isso não! Por camaradagem; por solidariedade; por achar que o outro merece; precisa; vai ser melhor assim; isso não! É o mesmo que dizer que: o problema não é você, sou eu. Uma das piores coisas no convívio é esse tipo de boa ação sem sentimento, disfarçada de consideração com o outro. Não faz sentido esperar tanto tempo e no fim dizer isso.
                Taí outra boa confusão: fazer sentido. Pra quem diz, pra quem ouve, pra quem sente, pra quem deixou de sentir, pra nós. Quanto trabalho! Não há remuneração que pague o serviço. Então, voltemos ao tempo: que é meu, e uma vez tendo roubado um pouco do seu, agora já se esgota. E antes que se acabe o tempo - dos relógios e nosso – fica só um pouco mais. Não deixe que essa minha pressa nos atrase. ‘’(..)
Me traz o teu sossego, Atrasa o meu relógio, Acalma a minha pressa ‘’. Desculpe plagiar a canção de Lenine, mas assim como ele, também é (isso) o que me interessa. 

JGA

Um comentário:

  1. 'O tempo não para', como diria o Rei. Atributo mais bonito, mais intenso, e mais confuso. Não pare o seu tempo, não pare no tempo e não deixe o tempo parar. Que o que te interessa, acalme a sua pressa.

    ResponderExcluir